31 janeiro 2006
  amarre bem seus cadarços
notícia de ontem:

Um visitante do museu Fitzwilliam, na cidade australiana de Cambridge, tropeçou nos cadarços de seus sapatos, rolou escada abaixo e destruiu vasos chineses de mais de 300 anos. Os vasos da dinastia Qing, de valor financeiro incalculável, foram reduzidos a pedaços.

O visitante, que não teve o nome divulgado, deixou o local arrasado, mas sem ferimentos. Os vasos, datados do final do século XVII ou começo do XVIII, foram doados ao museu em 1948, tornando-se a principal atração do museu.

A equipe do museu decidiu colar as partes dos vasos para reconstruir a relíquia histórica.

© Reuters
 
30 janeiro 2006
  Barbie ou Falcon?
[por Vange Leonel]
da coluna GLS publicada na revista da Folha em 22/1/2006

No início do ano, uma enquete no site da boneca Barbie causou polêmica. Antes de pedir que a criança assinalasse alternativas sobre o que fizeram no feriado de fim de ano (se esquiaram, se tomaram chocolate quente etc.), o site pedia que elas se identificassem por idade e gênero: "sou um garoto", "sou uma garota" ou "não sei o que sou".

O grupo "Mulheres Preocupadas pela América" protestou com veemência contra a terceira alternativa que, sob seu ponto de vista, provocaria uma confusão de gênero na cabeça das crianças. A Mattel, fabricante da boneca, logo apagou o incêndio dizendo que havia sido um engano: o site, que costuma colocar invariavelmente uma alternativa "neutra" em suas enquetes, por distração errou a formulação da terceira alternativa. Rapidinho, mudaram a resposta: de "não sei o que sou" para "não quero dizer".

O episódio me fez lembrar que nunca gostei de brincar com bonecas, talvez porque nunca tivesse encontrado uma que fosse a minha cara, com roupas de rapazinho, cabelos curtos e bola de futebol nas mãos. Claro que a opção "não sei o que sou" soaria infundada para mim (eu sabia que era uma menina), mas se o site propusesse uma alternativa do tipo "menina-moleque", não tenho dúvidas de que me identificaria como tal. Não por acaso, a primeira boneca com a qual brinquei de verdade e com paixão foi um Falcon ruivo e barbudo, do tipo "aventura na selva", com roupas camufladas e facão para abrir picadas.

Moral da história: gênero é algo com muitas nuances e quem não tem "Barbie Moleca" brinca com Falcon mesmo.

© Folha de S.Paulo
 
25 janeiro 2006
  Instruções para arremesso de tremoços
Quando chegar à mesa do bar, peça tremoços. Não tenha vergonha (pois não é falta de educação) e, com os dedos, mexa o potinho de tremoços até achar um que seja estufadinho, não muito pálido e que esteja com a capinha preservada. Pegue-o, usando o dedão e o indicador (você pode usar o impudicus, nome em latim para o dedo do meio, se preferir). Localize na capinha do tremoço uma pequena emenda (geralmente saltadinha, como uma cicatriz que produziu quelóide) situada na linha do equador do grão. Dê ali uma micro-dentada, improvisando uma pequena abertura no envelope. Pronto. Seu tremoço está preparado para o lançamento. Cuide para que a capinha não esteja muito molhada, para que não escape de seus dedos. Ainda segurando o grão entre o dedão e o indicador (ou impudicus), aponte o tremoço para a direção desejada: a boca aberta de uma amiga, a nuca de uma desejada (para chamar atenção), a garçonete distraída ou a mesa vizinha. Mira estabelecida, dedos bem colocados, agora é só pressionar com força a capinha do tremoço. Se tudo der certo, o grão sairá feito míssil pela abertura, veloz, pousando alhures a mais de metro. Não deu certo? Paciência, persevere. Não se contente com um arremesso apenas. Treine, faça mais tentativas, crie novas maneiras de arremessar seu tremoço. A vida é curta e o que se leva dessa vida é a vida que se leva. E os tremoços arremessados são como fogos de artifício que apenas parecem não levar a nada, mas enchem os olhos, a boca, os dedos e tornam a vida mais leve e divertida.

@

(este texto é parte integrante e entusiasmada da corrente de contas tremoças lançada pela Márcia e Madamada, e seguida pelo Pedro. Adicione mais um conto, uma conta, e conte você sua versão tremoça dos tremoços).
 
22 janeiro 2006
  Gaia
O cientista James Lovelock é o pai da Teoria de Gaia, que enxerga a Terra como um organismo vivo, que respira, evolui, adoeçe e pode morrer. Nós, seres humanos, seríamos meras bactérias habitando as entranhas deste imenso organismo-Terra, como as bactérias que de fato vivem em nossos intestinos. Ou poderíamos ser, como explicou num artigo ("A vingança de Gaia") traduzido hoje na Folha de S.Paulo, "o sistema nervoso do planeta".

Se na mitologia grega Gaia devorou seus filhos, Lovelock especula que nossa mãe-nave-Terra está prestes a devorar-nos e os culpados somos nós mesmos (se a vida na Terra fosse compreendiada num período de um ano, estaríamos "na última semana de dezembro", segundo o cientista). Tratamos mal o ambiente e encaramos a natureza como recurso utilizável. A própria Bíblia promove esse tipo de pensamento apropriativo ao dizer que Deus criou a noite, o dia, as plantas e os animais (e até a mulher) para satisfazer as necessidades do homem.

Mesmo após Darwin formular sua elegante e revolucionária teoria da evolução, a percepção inicial era de que os seres se adaptavam ao seu ambiente e dele usufruiam. Depois, percebeu-se que não só o ambiente determina adaptações, mas os seres vivos determinam o ambiente à sua volta. Por exemplo: as primeiras bacterias habitantes do planeta respiravam gás metano (abundante na atmosfera da época) e "peidavam" (com o perdão da palavra) oxigênio, até que a Terra ficou infestada de O2, provocando a morte em massa destas mesmas bactérias. Assim, sobreviveram as bactérias que respiravam oxigênio, dando início a uma linhagem de seres vivos que se utilizam deste gás como fonte de energia (entre eles, nós, seres humanos).

Atualmente, presenciamos uma série de desequilíbrios ambientais e Lovelock, em seu artigo de hoje, se coloca como um médico que anuncia que o organismo-Terra está com um tumor em estágio avançado:

"Nosso planeta tem se mantido saudável e apto à vida, assim como um animal, por mais de 3 bilhões de anos de sua existência. Foi má sorte que nós tivéssemos começado a poluí-lo numa época em que o Sol está quente demais. Nós causamos febre a Gaia e logo seu estado irá piorar para algo parecido com um coma. Ela já esteve assim antes e se recuperou, mas levou mais de 100 mil anos. Nós somos os responsáveis e nós vamos sofrer as conseqüências: no decorrer deste século, a temperatura subirá 8C nas regiões temperadas e 5C nos trópicos. Boa parte das terras tropicais se tornará caatinga e deserto, e não servirá mais para regulação do clima; isso se soma aos 40% da superfície terrestre que nós já devastamos para produzir nosso alimento."

E conclui:

"Nós deveríamos ser o coração e a mente da Terra, não sua moléstia. Então, sejamos corajosos e paremos de pensar somente nos direitos e necessidades da humanidade, e enxerguemos que nós ferimos a Terra e precisamos fazer as pazes com Gaia. Precisamos fazer isso enquanto somos fortes o bastante para negociar, e não uma turba esfacelada liderada por senhores da guerra brutais. Acima de tudo, precisamos lembrar que somos parte dela, e que ela é de fato nosso lar."
 
19 janeiro 2006
  Colette


... lá no Bolacha Ilustrada desta semana.
 
16 janeiro 2006
  Bola de cristal
[por Vange Leonel]
da coluna GLS publicada na revista da Folha em 8/1/2006

Se eu pudesse enxergar o futuro numa bola de cristal, quais seriam algumas das previsões para homossexuais no ano de 2006? Como não sou clarividente, só posso imaginar:

1. O projeto de parceria civil para pessoas do mesmo sexo será votado e aprovado no Congresso Nacional, mesmo que nossos deputados e senadores estejam muito ocupados com CPIs para concluir e campanhas para colocar nas ruas.

2. Uma cantora ou atriz famosa finalmente revelará que é (e sempre foi) homossexual, surpreendendo alguns, mas não seu público fiel, que sempre teve certeza de que ela era lésbica.

3. O primeiro beijo homossexual numa novela irá acontecer e não será apenas no último capítulo.

4. As lésbicas, sem abrir mão de suas próprias convicções, tentarão entender um pouco mais os pontos de vista diferentes dos seus: as femininas verão alguma beleza nas masculinizadas, as roqueiras ouvirão um pouquinho de MPB, as baladeiras enxergarão sentido na militância e vice-versa. Principalmente, haverá muito vice-versa.

5. Finalmente, os números da violência contra as mulheres e de crimes homofóbicos cairão vertiginosamente.

Mas esperem um pouco! Depois de listar estas poucas previsões, já não sei mais dizer se isso é adivinhação ou anseio. No fundo, bolas de cristal só podem revelar nossos próprios desejos e temores. Então, façamos assim: em vez de previsões, esperanças. Desejo a todos um feliz 2006 e que os mesmos dedos que foram usados no ano passado para apontar acusadoramente os outros agora sejam capazes de cutucar as próprias feridas, gentilmente.

© Folha de S.Paulo
 
13 janeiro 2006
  Jane Fonda
em nota hoje na coluna da Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo:

"Jane Fonda volta à Broadway pela primeira vez desde 1963. A atriz-barra-ativista-política está na nova peça da autora de "Monólogos da Vagina", Eve Ensler. "Alvos Necessários" conta a história de uma psiquiatra que vai à Bósnia para ajudar mulheres. A apresentação, uma noite só (12 de junho), abre uma semana contra a violência doméstica."


Ela foi minha primeira paixão cinematográfica. Depois de assistir à "Noite dos Desesperados", no original "They Shoot Horses, Don´t They?" (foto), me tornei fã de carteirinha. Feminista, ativista política, excelente atriz, minha paixão só arrefeceu (pouco) naquela época em que Fonda inventou de produzir vídeos de ginástica. Recentemente, ela confessou ter passado maus bocados por conta de uma bulimia, o que explica todo aquele esforço desmedido por um corpo impossivelmente perfeito. Ninguém é perfeito.

Outra lembrança deliciosa foi ter assistido "Julia" de mãos dadas com minha primeira namorada. Mas ainda não tive coragem de assistir seu último filme (com Jennifer Lopez), "A Sogra". Vai sair em DVD logo mais. Vou me arriscar. Fonda sempre foi uma comediante inspirada. E continua feminista, ativista e, espero, excelente atriz.
 
11 janeiro 2006
  Fome Zero
Terminei de ler o livro "Libertação Animal", do filósofo Peter Singer. Eu já pressentia que, após sua leitura, poderia retomar meu vegetarianismo, interrompido há uma década. Batata! Voltei a ser vegetariana no primeiro dia do ano de 2006. Singer usa basicamente dois argumentos: contra o especismo e pró-ecológico. Assim como sexismo define a discriminação com base no gênero e racismo, de raça, o especismo significa a discriminação com base na espécie: ora, por que nós, animais humanos, devemos nos achar tão superiores a ponto de fazer sofrer e matar animais para um prazer meramente supérfluo? Sim, porque Singer nos convence por A + B que a proteína animal é absolutamente dispensável para nosso sustento e, por outro lado, sua produção pode significar mais fome e desequilíbrio ecológico no planeta. Saca só a contabilidade na página 187:

"Suponhamos que dispomos de 0,4 hectare de terra fértil. Essa terra poderia ser usada para cultivar uma planta com alto teor protéico, como lentilha ou feijão. Se fizermos isso, obteremos entre 136 e 227 quilogramas de proteína. Podemos, ainda, usar essa mesma quantidade de terra para cultivar algum tipo de alimento para dar a animais; depois, podemos matá-los e comê-los. Acabaremos, então, com cerca de 18 a 20 quilogramas de proteína. É interessante observar que, embora a maioria dos animais converta proteína vegetal em proteína animal de forma mais eficiente que o boi - um porco, por exemplo, precisa de "apenas" 3,6 quilogramas de proteína para produzir 450 gramas de proteína para ser consumida por seres humanos - essa contagem é praticamente eliminada quando consideramos quanto dessa proteína pode ser produzida por hectare, porque o gado pode utilizar fontes protéicas não digeríveis pelos porcos. Portanto, a maioria das estimativas conclui que alimentos de origem vegetal rendem cerca de dez vezes mais proteína por hectare que a carne, embora as estimativas variem e, às vezes. a proporção seja de até vinte por um."

Portanto, em termos ecológicos, as pastagens de gado roubam hectares de floresta para a produção de pouca proteína, se comparada aos hectares que produzem vegetais. E, se o argumento contábil-ecológico foi capaz de me convencer, o do especismo me ganhou de vez. Afinal, sempre julguei os grandes macacos merecedores de maior consideração. Daí a estender esta mesma consideração ao restante das espécies, foi um pulinho.
 
07 janeiro 2006
  Instinto Materno
Desconfie quando um homem resolve falar de instinto materno. Hoje a coluna do doutor Drauzio Varella na Folha de S.Paulo discorre sobre o assunto sem dar conta da enorme complexidade que envolve a questão. Não que haja incorreções ali, mas falta boa parte da história: o cara bem que poderia ter lido alguns estudos da maior especialista no assunto hoje, a bioantropóloga Sarah Blaffer-Hrdy.

Lá pelas tantas, o doutor Drauzio diz: "Exames do cérebro de ratas em época de aleitamento mostram que ocorre ativação de uma área cerebral conhecida como núcleo acumbens, na qual se integram neurônios encarregados das sensações de reforço e de recompensa, mecanismos semelhantes aos envolvidos na dependência de drogas. Curiosamente, ratas tornadas dependentes de cocaína, quando colocadas diante do dilema da escolha entre a droga e os filhotes recém-nascidos, dão preferência a estes". Do jeito como ele coloca as coisas, fica parecendo que a maternidade é sagrada e que o cérebro da mãe fica, irrevogavelmente, banhado por uma química que irá ligar a mãe ao filho.

Segundo Hrdy, não é bem assim. Para ela, a maternidade, desde a gravidez, é uma dura e intensa negociação entre os interesses de mãe e filho e não há nada "sagrado" ou "irrevogável" quando se fala em instinto materno. Para Hrdy, infanticídio, aborto e abandono também são facetas do instinto materno, por mais paradoxal que isso possa parecer. Segundo a bioantropóloga, se a mãe julgar que não tem condições físicas ou psicológicas (no caso dos animais não-humanos) para levar a termo a gestação ou criação dos filhotes, o instinto materno fará com que ela aborte, mate ou abandone a cria.

A noção vitoriana da santidade materna expressa nas entrelinhas da coluna do Drauzio é um grilhão muito antigo, usado para atar os pés e o útero da mulher.

@

PS. Se você dispuser de um Adobe Acrobat, pode ler uma exposição breve das teorias sobre o instinto materno de Sarah Hrdy em dois artigos. O primeiro, da colunista de ciências do NY Times, Natalie Angier. O segundo, de Claudia Dowling, publicado na Discover Magazine. Os dois, em inglês. Para ler diretamente os estudos recentes de Hrdy, eles estão disponíveis em sua página.
 
04 janeiro 2006
  coluna gls
coluna publicada na Revista da Folha de 1/10/2005

Construindo estatísticas
[por Vange Leonel]

Dias atrás, na Califórnia, uma adolescente foi expulsa de uma escola católica, não por comportamento ou notas ruins, mas por ser filha de lésbicas. “Sua família não se enquadra nas normas de admissão”, foi a justificativa da escola, que exige que pelo menos um dos progenitores não se engaje em “práticas imorais e contrárias ao estilo de vida Cristão, como concubinato ou relacionamentos homossexuais”.

Imaginem se todas as escolas adotassem políticas discriminatórias barrando filhos de homossexuais: o que resultaria deste cenário hipotético?

De início, muitos pais e mães gays decidiriam ficar dentro do armário (e a sociedade continuaria a pensar que gays e lésbicas não “engendram” filhos).
Ainda assim, alguns deles poderiam se recusar a viver na invisibilidade. Mas, neste caso, onde matriculariam seus filhos? Se houvesse escolas especiais para filhos de gays, elas conseguiriam sobreviver numa sociedade hipoteticamente hiper homofóbica? Provavelmente, não. Filhos de gays ficariam sem estudar.

Se após 15 anos fizessem uma pesquisa sobre o nível educacional de filhos de homossexuais assumidos, o resultado, neste cenário hipotético, apontaria uma desigualdade: filhos de gays e lésbicas teriam maior déficit escolar.

Muitos interpretariam esses dados com acuidade, culpando a falta de acesso à escola pelo déficit. Outros, levianos, diriam que a estatística seria prova do efeito nocivo da homossexualidade sobre a educação. Claro, o cenário que descrevi é hipotético. Mas mostra como podem ser construídas e interpretadas as estatísticas.

© Folha de S.Paulo (todos os direitos reservados)
 

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Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.

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