24 junho 2006
  Pérfidus e Flatus
PIE (idioma Proto-Indo-Europeu) é um suposto idioma original que teria dado origem a todas as línguas mortas que já esquecemos e as vivas que conhecemos até hoje. Infelizmente, tendo nascido antes da escrita, os lingüistas só podem adivinhar os vocábulos do idioma PIE. Para isso, comparam as palavras de várias línguas existentes hoje, analisam sua trajetória histórico-geográfica e tentam assim chegar à sua raiz. Os vocábulos que apresentam menor variação seriam os mais antigos e, portanto, pertencentes ao idioma original.

Entre as palavras mais antigas (li no livro "The third chimpanzee") descobriram uma não muito nobre: “perd”, no idioma PIE, que teria derivado para o grego “perdo”, o sânscrito “pardate”, o albanês “pjerdh”, o russo “perdet”, o lituânio “perdzu”, o inglês “fart” e o português “peido”.

Li ontem num site que os romanos honravam dois deuses distintos, um para cada tipo de emissão gasosa: Pérfidus governava os peidos mais silenciosos e sem cheiro enquanto Flatus regia os barulhentos e inodoros.

Faz sentido o “peido” ter sido logo nomeado, classificado e adorado. Afinal, a humanidade só fez crescer depois do advento da agricultura, com o cultivo de grãos deliciosos e a produção de beberagens estimulantes que só fazem fermentar em nossos intestinos.

Por falar nisso, você sabia que os intestinos medem 12 vezes a nossa altura? Sabia que produzimos uma média de 3 litros de gases por dia e que eles são liberados cerca de 17 vezes durante este período? Com tantas homenagens diárias, Pérfidus e Flatus deveriam ser os deuses mais vaidosos do panteão.
 
Comments:
hahahaha, sensacional!!!
 
vange! vc sabia que aristófanes, em suas comédias, fala muito sobre o peido? será por isso??? hahahaha

vc acaba de esclarecer talvez um mistério que eu sempre guardei por anos - por que aristófanes fala de peido o tempo todo, hahahahahah.
 
oi Pedro, oi Márcia! Saudades de vcs dois...

uma vez, lá na Shakespeare and Co, de NY, dei de cara com um livro sobre a história do cocô, tipo uma visão antropológica, bem esperta, do assunto. Um livro de capa dura, preta, mas era caro e não comprei. Me arrependo. Sempre fui curiosa a respeito dessas coisas que a civilização educada gosta de esconder no armário.

http://www.mdig.com.br/imagens/peido7.jpg

beijos
 
olha, ensinam tudo errado pra gente. droga. sempre morri de vergonha de falar peido e cocô. saco.

vange, qual será a perspectiva do cocô na história da gente hein? (hahahahaha) eu acho o máximo pensar nisso... (saudade sua muita tbem)

vontade de montar uma escola experimental-modelo para crianças, e a porta da entrada principal, quando abrisse, ia ser igual a um enorme armário embutido de mogno.

a primeira coisa que pais e mães e crianças fariam ao entrar na minha escolha seria sair do armário. literalmente.
 
gente, que coisa mais inacreditável este post...
 
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Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.

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