Grzes não se conforma: os contribuintes gastaram 37 milhões de zlotys (cerca de R$ 24 milhões) para construir o maior cercado de elefantes da Europa, e o que receberam em troca? Ninio, um elefante que, segundo o deputado, "prefere machos em vez de fêmeas" e não irá encher o cercado de filhotes.
O político está colocando muita pressão em cima de Ninio. Os tratadores do zoológico explicam que o elefante tem apenas dez anos de idade, é muito jovem para procriar e ainda não definiu sua orientação sexual.
Mesmo os paquidermes que vivem nas savanas africanas costumam se envolver afetiva e sexualmente com outros machos. Bruce Bagemihl, zoólogo especialista em homossexualidade animal, diz que entre elefantes africanos é comum que machos formem relações homossexuais duradouras. Muitos só irão copular com fêmeas depois dos 35 anos, "20 anos depois de atingirem a maturidade sexual".
Se a preocupação do deputado polonês é com o retorno do investimento, ele deveria se tranquilizar. Ninio pode (ou não) procriar daqui a 25 anos, mas já é um sucesso. O número de visitantes no zoológico de Ponzan aumentou nas últimas semanas: todos querem ver Ninio, o famoso elefante gay que saiu do armário.
© Folha de S.Paulo
Marcadores: coluna GLS Folha
Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.