A bem-sucedida escritora de romances policiais Patricia Cornwell saiu do armário. Criadora da célebre personagem Kay Scarpetta, Cornwell já havia sido exposta como lésbica em 1992, contra a sua vontade, quando figurou nas páginas policiais sendo pivô de um crime passional.
O episódio poderia ter saído de um de seus livros: num acesso de ciúme, o marido de sua amante (uma investigadora do FBI) seqüestra a mulher e a mantém por horas sob a mira de um revólver. Depois que a vítima revida, sacando sua própria arma, o marido seqüestrador é preso, o casal se divorcia e Cornwell vê sua vida revelada ao público.
Neste ano, porém, seguindo o conselho de uma amiga, a ex-tenista Billie Jean King, a escritora resolveu falar abertamente sobre sua homossexualidade. Disse ainda que se casou legalmente com a neurocientista Staci Gruber (em Massachusetts, onde o casamento gay é permitido), pois quis fazer tudo direitinho, no papel. Afinal, disse, é uma pessoa conservadora.
Seu mais recente livro, o 16º da série da legista Scarpetta, acaba de ser lançado nos Estados Unidos (aqui o mais recente é "Vestígio", publicado pela Companhia das Letras). Ao lado da sobrinha lésbica Lucy e do marido Benton Wesley, Scarpetta tenta solucionar um novo crime, engolida por uma trama, como de praxe, repleta de situações sinistras. De suas mãos, o maníaco de Carapicuíba não escaparia...
© Folha de S.Paulo
Marcadores: coluna GLS Folha
Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.