Na madrugada do último dia 28, a atleta voltava para sua casa no subúrbio de Johannesburgo quando foi cercada por cinco rapazes que começaram a importuná-la. Um deles, aliás, era um conhecido ali da vizinhança. Eles tentaram roubar dinheiro e o celular da jogadora. Eudy reagiu. Chegou até a golpear um deles.
Furiosos com a garota que ousava bater em homens e namorar mulheres, os cinco a arrastaram para o mato. Ali, na moita, estupraram-na repetidamente, em turnos. Depois, mataram a jovem a facadas.
Ativistas gays sul-africanos afirmam que o assassinato de Eudy foi motivado por homofobia. Crimes assim têm se proliferado em países africanos, geralmente acompanhados do chamado "estupro corretivo" (para "ensinar" a lésbica a gostar de homem). Grupos gays reclamam que a polícia local não dá atenção às denúncias de ataques sofridos por homossexuais (principalmente os negros) e que profissionais de saúde se recusam a atender lésbicas estupradas.
Como Eudy era famosa, o assassinato está sendo investigado com o maior cuidado e celeridade. Os cinco rapazes já foram encontrados e estão presos, aguardando julgamento.
Por essa e por outras, o comitê organizador da Copa do Mundo 2010 da África do Sul constatou que a violência será um dos principais problemas a serem enfrentados durante o evento.
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Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.