Será que ela é?
coluna GLS publicada na Revista da Folha em 19/08/2007
[por Vange Leonel]
Um leitor me enviou um e-mail dizendo que, ultimamente, tem cometido algumas gafes em relação às mulheres que paquera. Todas, coincidentemente ou não, têm rejeitado suas investidas dizendo que são lésbicas. Seria apenas uma desculpa para lhe dar “um fora mais educado”? Ou elas, de fato, seriam lésbicas? Como saber se uma garota é homossexual? O leitor pede dicas para reconhecer uma lésbica de antemão.
É uma tarefa difícil. Há quem se encaixe naquele estereótipo mais batido, da lésbica masculinizada. Mas talvez a grande maioria não seja assim.
No meio GLS se diz, quase em tom de brincadeira, que basta possuir um “gaydar” acurado para identificar se uma pessoa é gay ou lésbica, levando em conta aparência ou comportamento social. O “gaydar” é um sexto sentido que opera segundo uma intuição ou relacionando informações do tipo “lésbicas têm unhas curtas”, “homens gays se vestem bem”, etc.
Mas, mesmo que às vezes funcione, o “gaydar” não é suficiente. Há mulheres e homens, hetero ou homossexuais, de unhas curtas ou compridas e que se vestem de tudo quanto é jeito. Estereótipos enganam, assim como as aparências.
Assim, se o leitor quiser ter certeza se a garota é lésbica, melhor perguntar a ela de maneira direta. Algumas acharão a pergunta ofensiva, mas outras entenderão o pragmatismo do cara. Quem tem medo de queimar filme não paquera, não arrisca e nem petisca.
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