Há alguns anos, uma dona de casa na Austrália foi diagnosticada com a doença depois que o marido a flagrou transando com um estranho. Na maioria dos casos, porém, os "sexonâmbulos" fazem sexo com os próprios parceiros. É o caso de uma moça que, dormindo, exigia que o namorado transasse com ela. No início ele gostou, mas com o passar dos meses ela foi ficando cada vez mais agressiva e aterrorizou o rapaz.
Em 2003, no Canadá, um sujeito se safou de uma acusação de estupro alegando ter cometido o crime enquanto dormia. Um dos testemunhos cruciais para atestar sua inocência foi dado por um especialista em "sexsomnia" que diagnosticou a doença no réu.
A decisão gerou controvérsia. Afinal, um "sexonâmbulo" é ou não responsável por seus atos durante um ataque de sonambulismo? A questão é juridicamente espinhosa. A responsabilidade depende do grau de consciência do réu durante o ato criminoso.
Enfim, criminosa ou não, a manifestação sonâmbula de desejos sexuais inconscientes é sempre embaraçosa. Não soube ainda de nenhum caso de heterossexual dando vazão a sua homossexualidade durante o sono ou vice-versa. Mas, como todos nós temos algum potencial bissexual, não seria difícil acontecer. E aí, quero ver dormir com um barulho desses...
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Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.