Batizada Chastity (Castidade) e gerada quando Cher fazia uma bissexual num filme dos anos 1960, parece que o destino reservou uma trajetória sui generis para a garota, que, diz, sempre se sentiu um garoto.
Chaz nasceu sob os holofotes, filha única da dupla pop Sonny & Cher. Arriscou-se como cantora, mas foi como ativista lésbica e diretora do GLAAD (associação contra a difamação de gays e lésbicas na mídia) que começou a ter vida pública própria. Nessa época, de cabelos longos e maquiagem leve, tinha aparência feminina.
Agora Chaz tenta equilibrar efeitos colaterais diversos: os do tratamento hormonal, da consciência ativista, da sinceridade radical e da coragem de se expor. Ele (vou começar a usar o masculino) foi convidado por TVs para documentar sua transição, mas quer pensar sobre o assunto. Só fará se for algo educativo, para explicar coisas como identidade de gênero e redesignação sexual. Por outro lado, disse que precisa de privacidade nesse momento e não dá entrevistas sobre o assunto.
É uma sinuca de bico. Entre prestar serviço de esclarecimento e preservar a intimidade, a evasão de privacidade parece inevitável.
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ainda Chastity, com Mommy Cher...
...e agora, Chaz Bono.
Cantora, compositora, colunista GLS e proto-escritora. Lésbica e feminista. Atualmente assina a coluna GLS da Revista da Folha no jornal Folha de S.Paulo e a coluna "Vange Leonel" no Mix Brasil.